_____No livro The Handbook of International Relations, Moravcsik (2008) contribui com o capitulo The New Liberalism. O autor propõe a reformulação da teoria liberal de relações internacionais, em um sentido de tirar-lhe o rótulo de ideológica e utópica, além de, estabelecê-la como abordagem apropriada para o estudo empírico das ciências sociais, e em especial da política internacional. Neste sentido, Moravcsik argumenta que os Estados agem de forma instrumental no mundo para alcançar objetivos em defesa de seus cidadãos, ao agir comportam-se influenciados pelas ideias sociais, interesses e instituições. Em outras palavras, é este conjunto de variáveis que determinam a preferência dos Estados (State preferences). Em seu outro artigo Taking Preferences Seriously: A Liberal Theory of International Politics, Moravcsik (1997) relata que a preferência dos Estados é a configuração mais importante na política mundial, ao passo que os analistas de relações internacionais deveriam dar prioridade a esta variável em seus estudos.
_____Ao elevar a preferência dos Estados como resultado de uma interação entre idéias sociais, interesses e instituições, Moravcsik (2008) sugere que as preferências e o poder social do individuo e os grupos agem como um “cinto de transmissão” na constituição da política externa de determinado Estado. Ou seja, a preferência social delimitará a preferência dos Estados, sendo que esta ultima é representada pela política externa. Sabendo que a preferência dos Estados é uma condição determinante da sua teoria liberal, o autor cita as três variáveis liberais que emergem, e auxiliam a explicar a composição dessa preferência: (1) identidade e as legitimas ordens sociais, a qual estipula quem pertence a sociedade e o que é devido a cada um; (2) Relativo ao campo do interesse, liberalismo comercial (bem econômicos e transações transfronteiriças), é o padrão dos incentivos do marketing transnacional; e (3) referente a estrutura institucional responsável pela representação política doméstica, neste caso, liberalismo republicano. É importante ressaltar que o autor, em seu trabalho, procura elaborar uma teoria de política internacional, ao realiza-la, se utiliza das preferências do Estado como variável determinante, neste sentido, aproxima-se de uma teoria da política externa quando eleva o comportamento dos Estados ao centro de sua análise.
Referências:
MORAVCSIK, Andrew. Taking Preferences Seriously: A Liberal Theory of International Politics. International Organization.1997. 51, 4. 513-553p
MORAVCSIK, Andrew. The New Liberalism, in: Reus Smith, Crhistian e Snidal, Duncan. The Handbook of International Relations. Oxford. 2008. 235-254p
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