segunda-feira, 14 de maio de 2012

O realismo neoclássico como teoria de política externa

____Teorias de política externa, em geral, analisam o que os Estados tentam conseguir no meio externo e quando eles tentarão agir para conseguir determinado objetivo. Desta maneira a política externa é guiada por fatores tanto externos quanto internos, este último deve vir acompanhado de uma análise das condições específicas em que o mesmo pode ser relevado. O realismo neoclássico propõe a análise nas duas dimensões, atualizando e sistematizando as percepções encontradas no pensamento do realismo clássico. Seus aderentes propõem que a política externa de um país é guiada em primeiro lugar pela sua colocação no sistema internacional, e especificamente pela sua capacidade de seu poder relativo material. Para os realistas neoclássicos, o poder relativo determina os parâmetros da política externa de um país, sendo que é ali que a análise de uma política externa deveria começar. Ao incluir os objetivos e interesses de um Estado é possível delimitar o grau que o mesmo desempenha como status quo ou como Estado revisionista, se o mesmo está satisfeito ou insatisfeito com a distribuição internacional e os princípios do sistema.
____Neste sentido, teorias de política externa que se limitam à analise de fatores sistêmicos, descrevidas pelo realismo ofensivo, tendem a se enganar, uma vez que os tomadores de decisão podem ser constrangidos a atuarem conforme influencia dos fatores domésticos. Da mesma maneira, os realistas defensivos se equivocam ao não levarem em conta que a percepção de uma ameaça se dá pelo poder relativo material dos países. Rose, ainda inclui na lista dos equivocados as teorias Innenpolitik, o autor critica a teoria por não serem capazes de relatar porque Estados com estruturas domesticas similares agem, frequentemente, de maneira diferente na esfera da política externa.
____Para sustentar a teoria de política externa os realistas neoclássicos têm buscado dados em narrativas ou casos de estudo, relatando como as grandes potências têm respondido ao aumento ou declínio do poder relativo material. Nos argumento destes autores fica claro que a distribuição internacional de poder pode guiar as atitudes e comportamento dos países somente em decisões de sobrevivência, aquelas tomadas pelo estadista, sendo que é dever do analista de política exterior explorar os detalhes de como os tomadores de decisão em diferentes países interpretam determinada situação. O erro de cálculo sobre a distribuição das capacidades, e a eficácia ofensiva e defensiva da estratégia militar, tem colocado muitos estadistas em situações delicadas.

Referências:
ROSE, Gildeon. Neoclassical Realism and Theories of Foregn Policy. World Politcs, Vol. 51, No 1 (Oct 1998), pp. 144-172

2 comentários:

Anônimo disse...

ótimo resumo !

Anônimo disse...

ótimo resumo ajudou bastante!!!